segunda-feira, 6 de junho de 2016

Fuck you

O que vai ser de nós quando nos abandonarmos de novo? Tu definharás durante meses naquele teu abrigo, perderás a cor, o sal, a vida mas retornarás mais arrogante assim que desistires de ter pena de ti mesmo. Voltarás mais são, sem nada a perder, disposto a perder tudo. Eu serei forte e resoluta mas todas as cicatrizes que tenho arder-me-ão ainda mais intensamente, não mais do que a dor que me assola agora.
E deles, o que será? Quando perceberem que os silêncios não eram sinal de paz, que estou demasiado desiludida para discutir, que os sorrisos são partilhados a três e que mais uma vez desisti, que nem por eles continuo este jogo onde acabo sempre a perder.
 
Fui tomada de inércia, não me apetece lutar por alguém que se tornou metade do que era e da metade que ficou só vislumbro as coisas de que nunca gostei mas que esmiuçadas no resto quase passavam imperceptíveis. Fiquei com a parte que não conta, a outra onde és doce, cúmplice, altruísta fica fechada do lado errado da porta.
Talvez um dia sinta falta desta solidão, desta tristeza, os silêncios por vezes podem ser alimento mas hoje não, por hoje chega, não me tenho assim tão pouca.