segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Inner monster

Basta olhar-te mesmo quando te foge o olhar, peço-te que me olhes nos olhos tantas vezes e tu consegues. Basta olhar-te, peço-te os olhos que me afastam os monstros, são os teus olhos que me afastam os monstros. Basta olhar-te, afasto os teus monstros, desaparece o frio que me usurpa o estômago e rimos os dois. Basta um olhar e rimos até chorar, até doer a barriga e só com um olhar. 
A minha vida por esses olhos, é neles que me resgato.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Counterclockwise

Queria perguntar-te quando me deixaste, parece-me que não foi ontem, é coisa de muito tempo. Foi quando deixaste de me mentir ou antes disso. Pecas agora por omissão, que omitir é mais oportuno e fica quase sempre bem. Ficas quase sempre bem. Não padeces de mal de consciência, não perdes o sono, não definhas a culpa.
Perguntei-te quando me deixaste e afinal fui eu quem te abandonou, quem te omitiu daquilo que sou. Deixaste-me, já não sou a tua melhor amiga, não te ouço os segredos nem os devaneios, não te ouço, se não tens palavras para dizer, se não te consigo ouvir. Se não é a mim que te contas, não é a ti quem poderei ouvir.
Deixaste-me quando te pedi uma resposta, replicaste ecos, acedeste com uma pergunta. Continuo sem te ouvir, os meus silêncios ecoam-me na cabeça, já os teus não os consigo ouvir.
Deixaste-me há quanto tempo?