E hoje, enquanto te adormeço, torço por ti, reitero todos os meus desejos de que sigas feliz como só tu no teu pequeno mundo consegues ser. Sinto-me tão pequena enquanto te desenho os lábios perfeitos e não me resigno a esse Deus em quem não acredito e ao qual não rezo. Desisti há muito de tentar perceber porquê a ti e não a mim, apenas razões estúpidas poderiam ser uma razão. Mas não desisto de ti nunca, com todas as tuas maleitas e imperfeições que fazem de ti o ser mais perfeito do meu mundo. Curo-te as feridas, encho-te de colo e de mimo e embalo-te no meu regaço e amo-te cada vez mais e de cada vez que me enches de dores e de cada vez que te salvo a vida. Tenho um buraco no peito, sinto-o fechar só de olhar o sorriso que brilha no teu rosto enquanto o sono te toma e me dizes "gosto tanto de ti". Sabes que podes fechar os olhos que estarei sempre ali para afugentar todos os teus fantasmas e colorir os teus monstros, sei que acreditas em mim, palavra por palavra, em todas as promessas que te juro e que fechas os olhos e que adormeces sempre feliz.
Fosse eu completamente imparcial ás sombras que acompanham tão quente texto. Quente que até queima, de dor e ardor. Até de amor. Que seja sempre assim, que a dor se esconda e que o sorriso do lado de lá seja sinónimo de segurança. Assim segue a vida, amando-nos, ainda que o mesmo sob o olhar não sei bem de quem pareça no final algo muito pequenino.
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