Os dias em que não queres dizer nada ou que
nada tens para dizer, em que se acabam as palavras e se contam os
minutos, dias tristes, apáticos que por palavras ditas perdes a vontade
de falar. É desistires, é perderes a capacidade de ressuscitar
de todas as desilusões, é deambulares sentidos e perceberes que não
podes ser salvo porque não te queres salvar, apenas queres ser
consertado.
Os dias em que perdes o dom da palavra, em que não
proferes nada nem que seja da boca para fora, contra ti ou contra os
outros sem pensar em consequências apenas para te sentires dono da
verdade. É a abstinência do ser, é o medo de perder, é ficar no meio do
nada sem nada para fazer, é segurares as palavras como se de uma bomba
se tratassem e esperares que rebentem dentro de ti porque és senhor da
tua razão e assim conténs a emoção, assim seguras a lágrima que teima em
querer saltar e só por isso, é melhor não falar.
Valha-nos que, por aqui, não se percam as palavras.
ResponderEliminarO que calo, escrevo.
EliminarObrigada, Clara