quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Not you

Enquanto houver caminho é para andar, nem que seja descalça. Enquanto houver palavras é para falar, para escrever, para gritar ou cantar. Silêncios não me calam, as palavras doem a quem as sente mas se não calam a tua mente é porque não vão na tua direcção. Se te toldam os sentidos, se te cravam na pele, se te doem ou remoem, é porque ainda te vês num quadro que não te pertence. Enquanto houver caminho é para andar, sozinha, descalça mas presente. Enquanto houver palavras é para eu as gritar ou cantar, viver ou desenhar, enquanto houver palavras... não me perco nos entretantos, sigo em frente.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Thought about thoughts


Pensei e matei o pensamento como se de fome se tratasse. Decerto pensei que ao matá-lo não voltasse mas, tal como a fome, o pensamento voltou. Pensei e adormeci o pensamento como se de sono se tratasse mas nos devaneios do sono e em forma de sonho, o pensamento acordou. Pensei que podia parar de pensar mas na lucidez do pensamento percebi que não se pára para pensar. Penso demais!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

To be


Talvez tenha de saltar. Arriscar e tirar os pés do chão, esquecer convicções, razões, emoções. Dar o corpo ao manifesto, esquecer o que está correcto, não esperar de mim o que os outros esperam de mim. Ser egoísta, ser conquista, ser mais dos outros, ser assim assim. Talvez tenha de voar. Daqui para fora ou ficar e abusar ou fugir e conquistar, ser eu de novo dar tudo de mim mas só para mim. Ser desejo que me mordas, beber veneno, apalpar terreno e ser ruim. Talvez tenha de saltar. E complicar, pertubar, atrapalhar, ser insana ou mundana ou apenas ser.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Turn around

É só virar as costas, não é preciso voltar atrás nem sequer apagar momentos, é só virar as costas. Não é inverter o sentido, nem escolher outro caminho, é só virar as costas. É deixar para trás, é não procurar, é não olhar para não ver, nem sequer é esquecer, é só virar as costas. É não ser opção, é não ser recordação, é não doer ou roer algo que nunca foi teu, é só virar as costas.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Happy or not


Tenho as minhas pessoas, aquelas que quero fazer eternamente felizes, utopia talvez mas são as minhas pessoas. Os meus filhos, a família, alguns amigos, estes não vou esmiuçar, todos os que me enchem o coração quando sorriem, quando ouço aquela gargalhada, quando me dão aquele abraço e tu. Tenho as minhas pessoas, tenho uma vontade exacerbada de as ver felizes, irracional talvez mas é uma vontade que tenho. Tenho as minhas pessoas, concluo que não consigo fazê-las todas felizes ao mesmo tempo, deixa-me triste, saber que não os tenho todos felizes.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Paras porque quebras não porque partes. Quebrar é sentir, parar é partir. Se sentes que quebras então pára para não partires. Parte de sentir é não querer partir. Mas não pares de sentir porque ficar ou partir depende do quebrar. Pára apenas para pensar e se valer a pena até podes ficar mas se não vale a pena, também não adianta quebrar.

Not that fun

Que se lixe o faz-de-conta, um dia vences se aceitares as derrotas com humildade. Banalizam-se as expressões, os apertos e acertos, banalizam-se sentimentos como quem faz cafézinho, banalizam-se os toques, as palavras, os sentidos. Não reveles dores ou amores a quem não te trata bem, não beijes, não expliques nada a alguém que não te entende. Pasmas por alguém que falaste dois minutos numa noite de Janeiro, paras por alguém que esperaste nos sonhos durante meses, ficas por alguém que te foi construído em palavras alheias, choras por alguém a quem te deste como se fosse a primeira vez, ficas pasmado e alheado e inapto para ver a realidade, esse alguém só existiu para ti. Intercalas momentos de felicidade absurda com momentos de tristeza profunda como se valesse a pena e nunca valeu a pena. Dá o teu amor a quem te devolva amor, não a quem te dá sonhos, manda lixar o faz-de-conta, já deixou de ter piada.

domingo, 21 de outubro de 2012

Cheating

Não toques nesse corpo, esse corpo não é teu. Porque tocas nesse corpo, se sabes que ao tocá-lo te perdeste neste que é meu. 
Confusão de amor ou ousadia? Se sabes que te perdia por essa cobardia de quereres o que não é teu.
Voltei mas não inteira e o tempo passou rasteira neste amor que já foi meu.
Não tocas no meu corpo, este corpo não é teu. Se já fui tua inteira, agora não sou pedaço de algo que não é meu.